Para
entender bem as origens da Estrita Observância Templária, é
essencial
que digamos algumas palavras sobre a Maçonaria
chamada
Jacobita. Esta Maçonaria está intimamente ligada à
Os
Jacobitas (vindos principalmente da Irlanda, Escócia e noroeste
da
Inglaterra), seguidores legitimistas de James II Stuart e seu filho
emigraram
para o continente de 1689 a 1750. Este êxodo provocou
a saída
de dezenas de milhares de irlandeses, escoceses e
Ingleses,
não só para a França mas também para a Polônia,
Noruega,
Dinamarca e Suécia. Grande número de Jacobitas
ingressa
em conventos femininos de Ypres, Ostend e Bruxelas.
Os vínculos
unindo a Escócia e a França não são novos: alguns
lembretes
sobre a Guerra dos Cem Anos. Enquanto a França e a
Inglaterra
estavam em guerra, a Escócia era ainda independente, e
ela era
aliada da França contra a Inglaterra.
O Delfin,
futuro Carlos VII, que será salvo pela intervenção
providencial
de Joana d’Arc, também tinha planejado fugir para a
Escócia,
se a fortuna da guerra lhe tivesse sido desfavorável. Os
soldados
escoceses desempenharam um papel fundamental nas
campanhas
de Joana d’Arc. Poucos sabem que o Bispo de Orleans,
na época
era escocês. O estandarte de Joana d’Arc foi pintado por
um
escocês, etc.
Uma
consequência da guerra foi a criação de um exército
permanente
em que a “Companhia de Guardas Escoceses” gozava
de um
estatuto privilegiado. Ela desfilava primeiro nas paradas e
seu
comandante tinha o posto de “Primeiro Mestre de Campo da
Cavalaria
Francesa.”.
E era uma
unidade da Guarda escocesa que formava o corpo de
guarda-costas
do rei de França. (Lembremo-nos do romance de
Walter
Scott: Quentin Durward, que narra as aventuras de um
jovem
nobre escocês na época de Luís XI). Dali surgiu foi uma
espécie
de fraternidade que tinha seus ritos especiais.
Isto
persistiu até o dia trágico em que Henrique II (1519-1559), por
ocasião do
casamento de duas de suas irmãs, participou de um
torneio
contra o capitão da Guarda Escocesa: Montgomery.
Nenhum
dos adversários tendo sido eliminado, o rei exigiu uma
segunda
carga. Sabemos que a lança de Montgomery escorregou
na
viseira do capacete do rei levantou a viseira e entrou em sua
cabeça
acima do olho direito.
Após esta
tragédia, a Guarda escocesa continuaria a fazer parte do
exército
francês, mas ela perdeu alguns de seus privilégios. No
entanto,
permaneceu a tradição escocesa de envio de jovens para
fazer
suas aulas militares no exército francês.
James I
(1566-1625), filho de Maria Stuart, rei da Inglaterra, nasceu
em
Edimburgo em 1566 e Rei da Escócia sob o nome de James VI
(1567-1625)
tornou-se rei da Inglaterra (1603-1625) depois de
Elisabeth
I.
Em 1593,
ele formou a Rosa Cruz Real com 32 cavaleiros da
Ordem de
Santo André do Cardo fundada já em 1314 por Robert
Bruce e
reaberta por seu pai James V, Rei da Escócia em 1540
(1513-1542).
Tornando-se rei da Inglaterra, ele se tornou Grão-
Mestre
dos Maçons ingleses, mas os maçons escoceses
conservaram
o privilégio de escolher seu Grão-Mestre: William
Sinclair
de Rosslyn.
Os maçons
da época estavam intimamente ligados à monarquia e
durante a
guerra civil e o protetorado de Cromwell, em sua maioria,
os maçons
se mantiveram fieis à monarquia dos Stuarts. Seu filho
Charles I
tornou-se rei de 1625-1649 e viria a ser decapitado em
1649.
Após o Protetorado e a abdicação do filho de Cromwell, seu
filho
Charles II será reconduzido ao poder em 1660.
Em 1685,
James II (1633-1701) ascendeu ao trono da Inglaterra
(1685-1688),
rei da Escócia sob o nome de James VII (1685-1688).
Católico,
intolerante e pouco diplomático (a tolerância religiosa não
era uma
honra nesta época, e Luís XIV viria a revogar o Édito de
Nantes)
ele se fará odiado de tal forma que o Parlamento oferecerá
a coroa
ao príncipe William de Orange.
James II
parte para o exílio na França em 1688. Todos aqueles que
tentaram
fazê-lo recuperar o trono e que lutaram, após sua morte,
em favor
de seu sucessor James III Stuart dito o Pretendente ou O
Cavaleiro
de São Jorge, nascido em Londres (1688-1766) ou de
seu
filho, Charles Edward, nascido em Roma, também conhecido
como o
Pretendente (1720-1788) são designados como Jacobitas.
Os
escoceses Jacobitas se refugiaram na França, em grande
número,
especialmente depois da derrota de Culloden em 16 de
abril de
1746. Em Saint-Germain, a corte dos Stuarts tinha 2.500
pessoas.
A relação manteve-se forte o suficiente entre a nobreza e
o clero
de ambos os países para lhes abrir acesso amplo ao clero,
militares,
comércio, assim como aos mais altos cargos do reino da
França.
Um regimento escocês composto por exilados stuartistas
terá seu
quartel ao lado da abadia de Munster.
Para dar
uma ideia da influência dos jacobitas, é suficiente saber
que
embora a maçonaria azul francesa tenha sido importada para aFrança pelas Lojas
originárias dos “Modernos” e, portanto, hostil aos Stuarts, em seus primórdios
terá Jacobitas como Grão-mestres.
A Grande
Loja dos chamados Modernos alega que ela também foi
formada
após a rebelião escocesa de 1715. Sua fundação é obra
de
algumas lojas hostis aos Stuarts, pois as Constituições de
Anderson
começam com estas palavras reveladoras: “Após a
rebelião.”
Sabemos que ela não virá a reunir mais que quatro lojas,
as outras
lojas preferindo permanecer temporariamente
independentes
ou permanecer fieis aos “Antigos”.
Após
chegada ao poder do Rei George, em 1714 algumas lojas
sentiram
que precisavam afastar delas a suspeita de serem
Jacobitas.
Assim é que em 1723 quatro lojas se tornaram 52.
A
Maçonaria é muito mais antiga que 1717 ou 1723. Na lista de
Lojas de
1723 pelo menos 36 lojas eram anteriores a 1717. É a data
do
surgimento da Maçonaria chamada especulativa e das
obediências.
Estas datas são as da fundação da Grande Loja dos
“Modernos”
e das chamadas Constituições de Anderson. Uma
Constituição
não passa de um texto legislativo e nunca um texto
ritual ou
iniciático.
Naquela
época, já existia um grande número de lojas
independentes
se uniram gradualmente seja à Grande Loja dos
“Modernos”
seja à Grande Loja chamada dos “Antigos” porque
estes
permaneceram fiéis aos costumes antigos que não eram
praticados
pelos “Modernos”. Além disso, não se pode excluir
totalmente
a hipótese de que existiam ainda no século 19, na
própria
Inglaterra, na Irlanda ou na Escócia lojas independentes por
recusarem
a Grande Loja Unida da Inglaterra.
Esta
rivalidade entre as duas organizações persistiria até as guerras
napoleônicas.
Foi graças a Napoleão e à sua intenção de invadir a
Inglaterra
que a Grande Loja “Unida” da Inglaterra viu a luz! A
Grande
Loja “Unida”, porque ela pôs fim à rivalidade entre as duas
organizações.
As pessoas não entendiam a rivalidade entre as duas
Grandes
Lojas, a dos “Modernos” fundada em 1717 e a dos
“Antigos”,
fundada em 1753. O rei exigiu a “união sagrada” de todas
as forças
vivas da Inglaterra para derrubar Napoleão. E foi ainda
mais
fácil, uma vez que os Grão-mestres das duas organizações
eram dois
irmãos do rei.
Uma loja
em particular, chamada “Loja Especial de Promulgação”
foi
realizada em Londres de 21 de novembro de 1809 a 05 de
março de
1811, a fim de harmonizar as práticas das duas Grandes Lojas.Na verdade, é
principalmente o uso de “Antigos”, que prevalece e
os
“Modernos” foram gradualmente absorvidos pela novaorganização. Vamos nos
limitar a apenas duas de suas decisões: acerimônia de instalação chamada
“secreta” dosVeneráveis foi considerada um uso secular e a localização das colunas.
Como a
Maçonaria continental “latina” teve cortado seu contato com
a
Inglaterra por causa do bloqueio continental, de uma parte ela virá
a ignorar
os acordos e de outra, não tendo participado, ela também
não
ratificará. Como o século 19 estava longe de ser “a entente
cordiale”
entre a França e a Inglaterra e que em 1877 as relações
foram
rompidas entre a Grande Loja Unida da Inglaterra e o Grande
Oriente
de França fica explicado porque os diferentes usos
persistiram.
Por exemplo, é especialmente no continente que se
manteve a fidelidade às práticas
dos “Modernos”, e também àsConstituições de Anderson abandonadas na Inglaterra.
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