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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Loja de Emulação de Aperfeiçoamento

Por Paulo Brigolini


A Loja Emulação de Aperfeiçoamento para Mestre Maçons, sendo este seu nome completo, tem sua origem por ocasião da União das duas Grandes Lojas então existentes na Inglaterra.

Contudo, muito antes de se promover a união destas duas grandes Lojas muitos esforços foram empreendidos no sentido de se buscar uma padronização da ritualística, ou seja, aquilo que entendemos por rituais, mas para tanto era necessário que ocorresse um trabalho de unificação.

Neste sentido fora fundada a Loja de Promulgação com o objetivo de estudar os Landmarks e as práticas esotéricas para recomendar as mudanças que deveriam ser feitas no sentido de trazer os rituais a uma forma aceitável, visando de antemão a preparação para a união das Grandes Lojas.

Em 7 de dezembro de 1813 é criada uma loja mista denominada Loja da Reconciliação que harmonizava os rituais, sendo que todo o trabalho fora efetuado oralmente, respeitando-se a proibição de nada escrever a respeito do “segredo maçônico” como uma forma de manter-se o segredo da Ordem, sendo assim, nenhuma ata fora redigida, bem como fora proibido inclusive tomar notas.

Desta forma, a Loja da “Reconciliação” apresentou oralmente o novo ritual harmonizado para as Lojas de Londres e seus arredores, sendo que estas apresentações seguiram-se durante três anos ininterruptos o que, com esta providencia propiciou a padronização da ritualística por meio do novo ritual adotado.

Em junho de 1816, as formas dos rituais para uso na nova Grande Loja foram demonstradas pela Loja da Reconciliação constituída especialmente para produzi-las, as quais viriam documentar, oficialmente através de resolução as Cerimônias praticadas até então.

Assim, em 1816, surge oficialmente um novo ritual, “aprovado e confirmado” pela Grande Loja Unida da Inglaterra, resultado de um longo trabalho iniciado em 1794, coroado pelo Act of Union de 27 de dezembro de 1813 e finalmente concluído em junho de 1816.

Em 2 de outubro de 1823 os membros de duas Grandes Lojas, a “Burlington Lodge”, e “Perseverance Lodge”, se reúnem pela primeira vez na Loja Emulação de Aperfeiçoamento para Mestres Maçons, com a finalidade de prover instruções para aqueles que desejassem se preparar para cargos de lojas e à sucessão na Cadeira.

O trabalho Emulação recebeu este nome da Loja de Emulação e Aperfeiçoamento cujo Comitê é o curador do ritual por delegação da Grande Loja Unida da Inglaterra, e que autoriza a publicação do livro denominado Ritual Emulação.

É importante dizer que a Grande Loja Unida da Inglaterra não dispõe de nenhum ritual oficial escrito e jamais autorizou a publicação de qualquer forma específica de rituais existentes e consagrados na Inglaterra.

Pela regra artigo nº 1551 das Constituições da Grande Loja Unida da Inglaterra, compete às Lojas Simbólicas a regulamentação dos procedimentos das formas de ritual, reservando-se no direito de intervir em qualquer Loja inglesa que adote formas ou modificações entranhas a prática do ritual conforme ensinado desde 1813, daí a existência, na Inglaterra, das diversas formas de rituais – Emulation, Stability, Bristol, Oxford, Taylor’s, Humber, Logic, West End, etc, pois a Grande Loja Unida da Inglaterra não legisla sobre a forma de ritual adotado pelas suas lojas.

Os responsáveis pela condução da Loja de Emulação, desde os primeiros tempos, têm adotado a postura de assegurar a prática do ritual aprovado sem permitir sua alteração, muito embora não se possa pretender que o atual Ritual Emulação esteja na forma exata do ritual praticado verbalmente há quase dois séculos atrás quando as Cerimônias foram aprovadas pela Grande Loja Unida da Inglaterra, a quem cabe, única e exclusivamente, atualizá-las ou aprovar suas atualizações.

Por esta razão, o Comitê da Loja de Emulação e Aperfeiçoamento, sempre considerou que, por razões de confiança, deveria manter-se sem alteração as formas rituais completas passadas por seus predecessores, e que está fora de sua autoridade fazer qualquer alteração a menos que oficialmente sancionadas por resolução ou aceitação da própria Grande Loja da Inglaterra, por ter sido aprovado originalmente por ela.

Durante todo este tempo ocorreu ajustes ocasionais, nos rituais aprovados pela Grande Loja sendo que os mais significativos foram as variações nos Juramentos, permitidas por uma resolução da Grande Loja em dezembro de 1964 e, mais recentemente a mudança mais extensa no procedimento, introduzida pela resolução da Grande Loja em 11 de junho de 1986.

Mas, apesar desses ajustes nos rituais, a política do Comitê é preservar o ritual tão próximo quanto possível da forma na qual foi originalmente aprovado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, e não permitir emendas cuja autorização não derive da mesma fonte.

Devido ao fato de que a Grande Loja assumira a opinião de que o ritual não devia ser confiado à impressão, a repetição oral se constituiu no meio de sua transmissão. Foi apenas em 1969 que a Loja Emulação de Aperfeiçoamento patrocinou a publicação da primeira edição do “Ritual Emulação”.

Então, por quase meio século, instruções orais e repetições foram, para muitos o único meio de aprendizado e as reuniões semanais de Emulação promoveram oportunidades para isso.

Evidentemente que alguns manuais escritos apareceram, entretanto pelas diferenças entre eles é provável que não fossem plenamente corretos e, não foi antes de 1870 que os livros impressos de rituais começaram a ser usualmente aceitos e, desde então, um grande número tem sido publicado.

Alguns deles têm proposto estabelecer o Sistema de Trabalho de Emulação, mas nenhum desses teve nenhuma autorização da Loja de Emulação e Aperfeiçoamento, o que, repita-se, só fora ocorrer em 1969 quando a referida Loja patrocinou a primeira publicação.


1 ) 155. Os membros presentes em qualquer Loja, devidamente reunida, têm o direito inalienável para regular os seus próprios procedimentos, desde que eles estejam de acordo com as leis gerais e regulamentos da Ordem; mas um protesto contra qualquer resolução ou procedimento que seja contrário às leis e costumes da Ordem e com a finalidade de reclamar ou atrair uma autoridade maçônica maior, pode ser feito, e tal protesto será anotado no Livro de Apontamentos, se o Irmão que faz o protesto assim solicitar.

El Octágono



por : René Guénon
 
 
Volvemos a la cuestión del simbolismo, común a la mayoría de las tradiciones, de los edificios constituidos por una base de sección cuadrada coronada por un domo, o por una cúpula más o menos rigurosamente hemisférica. Las formas cuadradas o cúbicas se refieren a la tierra, y las formas circulares o esféricas al cielo; la significación de esas dos partes resulta inmediatamente de esto, y agregaremos que la tierra y el cielo no designan allí únicamente los dos polos entre los cuales se produce toda la manifestación, como ocurre particularmente en la Gran Tríada extremo-oriental, sino que comprenden también, como en el Tribhúvana hindú, los aspectos de esa manifestación misma que están más próximos, respectivamente, de dichos polos, y que, por esta razón, se denominan el mundo terrestre y el mundo celeste. Hay un punto sobre el cual hemos tenido oportunidad de insistir anteriormente, pero que merece tomarse en consideración: en cuanto el edificio representa la realización de un modelo cósmico, el conjunto de su estructura, si se redujera exclusivamente a esas dos partes, sería incompleto en el sentido de que, en la superposición de los tres mundos, faltaría un elemento correspondiente al mundo intermedio. De hecho, este elemento existe también, pues el domo o la bóveda circular no puede reposar directamente sobre la base cuadrada, y para permitir el paso de uno a otra hace falta una forma de transición que sea, en cierto modo, intermedia entre el cuadrado y el círculo, forma que es generalmente la del octógono.
Esta forma octogonal está real y verdaderamente, desde el punto de vista geométrico, más próxima al círculo que al cuadrado, pues un polígono regular se acerca tanto más al círculo cuanto mayor es su número de lados. Sabido es, en efecto, que el círculo puede considerarse como el límite hacia el cual tiende un polígono regular cuando su número de lados crece indefinidamente; y se ve netamente aquí el carácter del límite, entendido en sentido matemático: no es el último término de la serie que tiende a él, sino que está fuera de esa serie, pues, por grande que sea el número de lados de un polígono, éste nunca llegará a confundirse con el círculo, cuya definición es esencialmente otra que la de los polígonos [1]. Por otra parte, cabe señalar que, en la serie de los polígonos obtenidos partiendo del cuadrado y duplicando cada vez el número de lados, el octógono es el primer término [2]; es, pues, el más simple de todos esos polígonos, y al mismo tiempo puede considerarse como representativo de toda esa serie de intermediarios.
Desde el punto de vista del simbolismo cósmico, encarado más particularmente en su aspecto espacial, la forma cuaternaria, es decir, la del cuadrado cuando se trata de polígonos, está, naturalmente, en relación con los cuatro puntos cardinales y sus correspondencias tradicionales diversas. Para obtener la forma octogonal, hay que considerar además, entre los cuatro puntos cardinales, los cuatro puntos intermedios [3], que forman con aquéllos un conjunto de ocho direcciones, aquellas que diversas tradiciones designan como los ocho vientos [4]. Esta consideración de los vientos presenta aquí algo particularmente notable: en el ternario védico de las deidades que presiden respectivamente los tres mundos, Agni, Vâyu y Aditya, es Vâyu [‘Viento’], en efecto, quien corresponde al mundo intermedio. A este respecto, en lo que concierne a las dos partes, inferior y superior, del edificio, que representan el mundo terrestre y el celeste, según habíamos explicado, cabe señalar que el hogar o el altar, situado normalmente en el centro de la base, corresponde evidentemente a Agni [‘Fuego’], y que el ojo que se encuentra en la sumidad del domo figura la puerta solar y corresponde así, no menos rigurosamente, a Aditya [‘Sol’]. Agreguemos además que Vâyu, en cuanto se identifica con el hálito vital, está manifiestamente en relación inmediata con el dominio psíquico o manifestación sutil, lo que justifica de modo aún más cabal esa correspondencia, ya se la encare en el orden macrocósmico, ya en el microcósmico.
En la construcción, la forma del octógono puede realizarse, naturalmente, de diferentes modos, y especialmente por medio de ocho pilares que soportan la bóveda; encontramos un ejemplo en China en el caso del Ming-tang [5], cuyo techo redondo está soportado por ocho columnas que reposan sobre una base cuadrada, como la tierra, pues, para realizar esta cuadratura del círculo, que va de la unidad celeste de la bóveda al cuadrado de los elementos terrestres, es menester pasar por el octógono, que se halla en relación con el mundo intermedio de las ocho direcciones, de las ocho puertas y de los ocho vientos [6]. El simbolismo de las ocho puertas, que se menciona también en ese pasaje, se explica por el hecho de que la puerta es esencialmente un lugar de paso, y representa como tal la transición de un estado a otro, especialmente de un estado exterior a otro interior, por lo menos relativamente, pues esa relación de lo exterior y lo interior es siempre comparable, por lo demás, en cualquier nivel que se sitúe, a la del mundo terrestre y el mundo celeste.
En el cristianismo, la forma octogonal era la de los antiguos baptisterios, y pese al olvido o la negligencia del simbolismo desde la época del Renacimiento, se la encuentra generalmente aún hoy en el cuenco de las fuentes bautismales [7]. También aquí, se trata con toda evidencia de un lugar de paso o transición; por otra parte, en los primeros siglos, el baptisterio estaba situado fuera de la iglesia, y solo aquellos que habían recibido el bautismo eran admitidos en el interior de ella; va de suyo que el hecho de que las fuentes hayan sido luego trasladadas a la iglesia misma, pero siempre cerca de la entrada, en nada cambia su significación. En cierto sentido, según lo que acabamos de decir, la iglesia está, con respecto al exterior, en una correspondencia que es como una imagen de la del mundo celeste con respecto al mundo terrestre, y el baptisterio, por el cual hay que pasar para ir de uno a otro, corresponde por eso mismo al mundo intermedio; pero, además, el baptisterio está en relación aún más directa con éste por el carácter del rito que se cumple en él, el cual es propiamente el medio de una regeneración que se efectúa en el dominio psíquico, es decir, en los elementos del ser que pertenecen por naturaleza a ese mundo intermedio [8].
Con respecto a las ocho direcciones, hemos señalado una concordancia entre formas tradicionales diferentes, la cual, aunque referida a otro orden de consideraciones que el que teníamos particularmente en vista, nos parece demasiado digna de atención para abstenernos de citarla: Luc Benoist señala [9] que en el Scivias de Santa Hildegarda, el trono divino que rodea los mundos está representado por un círculo sostenido por ocho ángeles. Ahora bien; ese trono que rodea el mundo es una traducción lo más exacta posible de la expresión árabe el-’Arsh el-Muhît [‘el Trono que envuelve o engloba’, o ‘el Trono de Aquel que envuelve o engloba’], y una representación idéntica se encuentra también en la tradición islámica, según la cual ese trono está igualmente sostenido por ocho ángeles, que, según lo hemos explicado en otro lugar [10], corresponden a la vez a las ocho direcciones del espacio y a grupos de letras del alfabeto árabe; deberá reconocerse que tal coincidencia es más bien asombrosa. Aquí, ya no se trata del mundo intermedio, a menos que pueda decirse que la función de esos ángeles establece una conexión entre ese mundo y el celeste; como quiera que fuere, ese simbolismo puede vincularse, empero, en cierto respecto por lo menos, con el que precede, recordando el texto bíblico según el cual Dios hace de los Vientos sus mensajeros [11], y teniendo presente que los ángeles son literalmente los mensajeros divinos ♦
 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A influência Gnóstica no Santo anjo Guardião


 

 

 

Influência Gnóstica No Santo Anjo Guardião

 

Os ensinamentos de misticismo Gnósticos eram resultado do encontro de culturas no Egito helenístico. Os mistérios egípcios antigos conheceram as filosofias (Pitagóricas, Platônicas) e mitologias Pagãs dos gregos, junto com a religião mística dos judeus Essênios acampados naquela parte do mundo. Ao mesmo tempo, um espectro inteiro de filosofias e religiões estava emergindo em lugares como a Alexandria - como Zoroastrianismo, Estoicismo, Neoplatonismo e Hermetismo. Uma vez a administração do Egito trocou eventualmente dos gregos para os romanos, nós tivemos a matriz cultural que conduziram finalmente às primeiras formas de Cristianismo (como Cristianismo cóptico e Gnosticismo).
Os Gnósticos, entretanto Biblicamente orientados, desenvolveram uma visão muito sem igual do universo e interpretação das escrituras Bíblicas. E isto provavelmente foi muito para sua visão separatista sobre a cultura mística sem igual que os cercaram. Para eles, o Deus adorado pelos judeus era um ser cego e ignorante - um Deus menor que posa como o mais Alto. Os Anjos, como também os Deuses adorados em fés Pagãs, eram nada além de Arcontes (isso é - os Governadores) encarregado pelo pretenso-deus a manter a Terra como uma prisão.
Fascina-me como as filosofias Gnósticas são semelhantes aos ensinamentos Orientais. Por exemplo, os Gnósticos acreditaram em reencarnação. Almas humanas - apanhadas pelos Arcontes – são forçadas a reencarnar em um ciclo infinito. Ainda, o ciclo não é mantido pelos Arcontes! Eles são apenas semeadores oportunistas de sofrimento da humanidade. O que de fato mantém a Roda girando é a paixão humana. É a alegria humana e o sofrimento que nos mantém atados aqui, e é somente pelo repouso que a liberdade é obtida. Repouso é um conceito Neoplatônico - e o que isso significava para os Gnósticos era que apenas uma mente livre dos tormentos das paixões pode ganhar liberdade da Roda e pode alcançar o Céu. (Compare isto às idéias Orientais de Samsara, Nirvana, e a clareza meditativa da mente que leva de um a outro.)
Antes deste ponto na história, a maioria das religiões aceitavam uma divisão trina do universo: o reino celestial acima (onde as estrelas, planetas e Deuses viviam), o reino infernal abaixo (onde o falecido, Deuses do falecido, e várias classes de demônios viviam), e o reino natural intermediário (onde os humanos, animais, e espíritos da natureza viviam). Porém, os Gnósticos tinha classificado o reino celestial inteiro como a casa dos Arcontes e o pretenso-deus. A razão para isto será descoberta quando nós dermos uma olhada nas suas visões da astrologia.
Os Gnósticos eram firmemente anti-astrologia. Lembre-se que todas as religiões ao redor deles eram profundamente envolvidas em preocupações astrológicas. Na realidade, a maioria deles havia desenvolvido algum tipo de cultos religiosos que adoravam vários Planetas nas formas de Deidades. (O Deus judeu não se ajustava a essa conta, mas Ele reivindicava ser o líder e diretor das Deidades Planetárias.) Claro que, ao Gnósticos, estes eram todos Arcontes que só desejavam prolongar o sofrimento humano e aumentar o seu próprio poder em cima da humanidade. Pior de tudo era o horóscopo natal - aquela representação visual da relação dos Arcontes e a alma na hora de nascimento. Representava - de acordo com Platão - a mesma cadeia de Karma que liga uma alma à Roda do Destino. Era a meta singular dos Gnósticos para se livrar desta cadeia Kármica, e assim da Roda do Destino.
Por fim, esta filosofia aparece para deixar alguns buracos filosóficos para serem preenchidos. Se Deus realmente não for o mais Alto, então Quem é? Se a pessoa contornar o reino celestial rumo a “outro lugar”, então onde é este lugar? Os Gnósticos respondem de forma aparentemente simples na superfície: além dos planetas e as estrelas fixas são a Abundância (pleroma) - a Mente do Deus Altíssimo. A Abundância está sobre natureza porque é a fonte de natureza. É a casa das Eternidades - que são um tipo de Super-Arcanjo - junto com todas as matrizes azuis arquetípicas para as coisas que manifestariam nos reinos celestiais e físicos. Ao contrário, nos reinos mais baixos, entretanto, a Abundância descansa em Repouso perfeito. Nenhuma paixão pode existir lá. Por causa disto, os seres da Abundância têm pouco a nada a ver com o que acontece aqui na Terra.
Ainda, os Gnósticos acreditam, como um aspecto fundamental da sua fé, que ele mesmo era a Abundância. Os Gnósticos consideravam a maioria dos humanos como além da salvação da Roda do Destino, mas eles acreditavam que eram essencialmente diferentes. Os Gnósticos representavam uma minoria de elite humana em que cada um possuía uma faísca de Luz da Abundância. (A mitologia relativa à descida desta Luz do Pleroma para Terra é longa e complicada, é tratada a fundo em minha composição “Gnosticismo, História e Mitologia”.)
De acordo com alguns ensinamentos, toda alma Gnóstica (Faísca) aqui na Terra tem um duplo Angelical na Abundância. Este duplo é um tipo de Eternidade[8] menor, a quem pertence àquela faísca de Luz Divina. Usando o idioma da filosofia clássica, os Gnósticos consideravam a alma como um ser feminino. Era a Noiva prometida ao Anjo masculino acima, cada um esperando ansiosamente pela (re-)união. (Em termos modernos, nós reconheceríamos a alma como "o Ego" e o Duplo Angelical como o "Eu Superior".)
Todos estes elementos vêm formar um tipo de drama místico. Os amantes separados, os capturadores hostis, e a indagação para achar um caminho para casa novamente. Ainda, há um jogador final neste drama - um jogador que relaciona-se diretamente a nossa própria exploração do Santo Anjo Guardião. Uma vez que Ele espera é a esperança dos amantes, o redentor dos captores, e a Luz Guia para casa. Ele é chamado Cristo.
O Cristo é uma figura fascinante. É a incorporação da consciência - ou Inteligência - do Deus Altíssimo. Enquanto sua casa estiver dentro da Abundância, não manifesta naturalmente quaisquer das Eternidades. Ao invés disso, o Cristo surge (por nascer) da própria Fonte mais Elevada. Rege durante as Eternidades, e é creditado na realidade como ensinando-lhes a necessidade de Repouso. Até mesmo os "Egos Angelicais" mais Elevados no Pleroma são crianças do Cristo e a Eternidade chamada Sabedoria (Sophia).
Porém, mais importante, o Cristo é o Redentor. É seu trabalho viajar nos reinos criados imperfeitos, despertando a alma e fazendo-a lembrar de sua casa, e finalmente conduzir a alma à sua reunião no Céu. Então, o Cristo só desfruta a habilidade especial para cruzar a Grande Barreira à vontade entre a Abundância e o mundo criado dos Arcontes.
Esta idéia não era certamente nada nova - especialmente para os egípcios. Até mesmo as religiões xamânicas mais primevas reconheceram os ciclos dos Planetas e Estrelas como se eles passassem acima e abaixo do horizonte. Para a mente antiga, estes eram os Deuses que movem entre o reino celestial e o mundo dos criminosos. Nenhuma coisa viva na Terra - com a exceção notável do Xamã - possuidor o poder para vir e ir à vontade entre vida e morte. Especialmente, o Sol era notável por suas viagens diárias no mundo dos criminosos - onde se supunha que Ele arbitrava entre os mortos durante a noite tanto quanto Ele arbitrava entre os vivos enquanto estava no céu. Nós achamos padrões semelhantes na Suméria, Babilônia, e Egito.
Vindo do Egito, não é nenhuma surpresa que algum simbolismo de Osíris achou seu caminho na concepção Gnóstica do Cristo. Osíris, Faraó dos Deuses, foi adorado como morrendo e erguendo-se como uma Deidade Solar. Sua mitologia sagrada reflete o crescimento e o decréscimo do Sol ao longo do ano. Então, era a sua habilidade de mover-se entre, e reinar sobre, ambos os reinos celestiais e infernais que fizeram dele alguém interessante para os Gnósticos. O seu nome é invocado freqüentemente no Papiro Mágico Grego, e Ele é relacionado fortemente ao Cristo.
Ainda que se tenha adotado o simbolismo Solar, é importante lembrar que o Cristo Gnóstico não seja comparado com o Sol. Totalmente o contrário, é o Sol - em todo sua majestade e brilho - que é considerado como uma mera cópia imperfeita da Glória do Cristo. A Abundância é a verdadeira casa do Cristo, bem anterior a esfera divina do Sol e, na realidade, a toda natureza criada.
Bem! Tudo isso foi dito apenas pela simples referência que Agrippa faz para "os egípcios" no seu trabalho. Enquanto as escolas Gnósticas atuais tenham sido extintas na era medieval, muitos de seus conceitos fundamentais se mantiveram vivos no Cristianismo e em textos místicos judeus deste período. Assim, a influência de pensamento dos Gnósticos é aparente na descrição que Agrippa dá para o Duplo-Eterno "Santo Daemon". É uma criatura santa de natureza superior (ao invés do Gênio), que fala conosco quando nos achamos em Repouso, e nos conduz mais próximo à perfeição espiritual.
O simbolismo de Cristo/CRISTO permanece aparente e forte como bem no Santo Anjo Guardião de Abramelin. Como Agrippa, Abraham, o judeu, insiste que o Repouso é de importância suprema se a pessoa deseja ouvir e falar com o Anjo Guardião. A função do Anjo também é a mesma - conduzir a pessoa à perfeição sagrada. Mais, Abramelin utiliza a imagem Solar que nós sabemos desce dos mistérios Osirianos e Cristãos.
Porém, a posição dos Gnósticos contra a astrologia é preservada no Livro de Abramelin. Enquanto as conexões históricas diretas entre literatura dos Gnósticos e este manuscrito é desconhecida, as atitudes relacionadas à astrologia dadas na primeira parte de Livro II, Cap. 6 (Relativo às Horas Planetárias e Outros Erros dos Astrólogos) são um retrato escandalosamente preciso dos conceitos Gnósticos:
É fato que os Doutos em Astrologia escrevem dos astros e seus movimentos e que realmente produzem efeitos diversos em coisas inferiores e elementais; e são, como já dissemos, operações naturais dos Elementos; mas que tenham poder sobre os Espíritos, ou força em tudo o que é sobrenatural, não pode ser, nem nunca será.
Mas ao invés, achar-se-á que pela permissão do Grande Deus, são os Espíritos que regem o firmamento. Que insanidade é essa então de implorar o favor do Sol, da Lua e das estrelas, quando o objetivo deveria ser conversar com os Anjos e Espíritos?
Isto indica que - como o Cristo - é duvidoso pretender que o Anjo Guardião se compare com o Sol, nem resida dentro da Esfera Solar.
Há mais influências Gnósticas ao longo do Abramelin. Por exemplo, o texto fala de ganhar "Conhecimento" (gnosis) do Anjo como também a Conversação - insinuando um matrimônio espiritual entre o aspirante e o Anjo Guardião em lugar de uma cerimônia de simples evocação. Podem até mesmo serem encontrados aspectos do procedimento de magia usados durante os sete dias no Papiro Mágico grego - embora este é sem dúvidas um grimório. Infelizmente, o curto espaço me proíbe de explorar este assunto mais extensamente.
Antes de irmos além neste assunto, eu gostaria de chamar sua atenção à uma pedra preciosa filosófica escondida na descrição de Agrippa do Anjo Guardião. O capítulo sobre o tema em seu livro Filosofia Oculta (Livro III, Ch. 22) é intitulado "Que há Guardião Tríplice do Homem..." O texto procede, como vimos nós, a descrever o três Daemons Angelicais como entidades separadas. Ainda, eu acho isto interessante que o título do capítulo não faz nenhuma referência para os "... Três Guardiões do Homem." Ao invés disso, nós temos o que parece ser uma referência para um único - contudo tríplice - entidade. A fidelidade de Agrippa dada ao simbolismo da Santíssima Trindade ao longo dos Três Livros, parece ser uma interpretação provável da intenção de Agrippa. De repente, nosso Três Daemons se tornam três faces diferentes de um único Santo Anjo Guardião.

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