É
provável que este seja o tema com maior número de trabalhos disponibilizados nos
meios eletrônicos, portanto não seria necessário mais um, porém há um aspecto
que eu gostaria de intercambiar com os Irmãos, lembrando que a intenção destes
pequenos artigos dominicais, é despertar nos Irmãos a vontade de saber um pouco
mais sobre o assunto, questionar e fazer uma Prancha de Arquitetura levando para
a Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. O ponto que quero
apresentar é a forma como o Salmo é apresentado e compreendidos pelos Irmãos. Às
vezes parece que o Oficiante está em uma Igreja e os Irmãos estão assistindo uma
missa. Meus queridos Irmãos, a leitura do salmo não é uma Oração, a ênfase deve
ser dada a primeira frase (Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos vivam em união)
e não a última (ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre). Mesmo não
constando nos rituais, ainda temos Irmãos que ao final da leitura exclamam: -
Que assim seja! Certamente gostaria de dizer: - Amém! Lembre-se que Maçonaria
não é religião. A LEITURA DO SALMO
(seja ele qual for) NO INÍCIO DOS
TRABALHOS É UMA EXORTAÇÃO/EXALTAÇÃO. Exaltação neste contexto é a ação de
elevar ao mais alto grau de mérito o sentimento de que deve nortear nossos
labores. Os Maçons dizem que o Salmo 133 é o “Salmo da Maçonaria” por ser o
“SALMO DA FRATERNIDADE”. O fato de nos chamarmos de Irmãos e no salmo constar o
mesmo conjunto de letras, não quer dizer nada, afinal Caim e Abel eram Irmãos e
deu no que deu! O Salmo 133, cuja dezena final não tem nada haver com os graus
do REAA, deve ser conhecido como SALMO DA CONCÓRDIA. Atentem para o significado
da palavra concórdia: “Acordo de
sentimentos e de vontades; paz, harmonia, entendimento”. Mais do que
sermos Irmãos nascidos pela iniciação, devemos entronizar a amizade. O melhor
trabalho que conheço sobre o Salmo 133 foi feito pelo Irmão Antônio Guilherme de
Paiva, muito bom mesmo! E ele se dispõe a apresentar-lo nas Lojas que o
convidarem. Neste trabalho, ele traça
paralelos entre o óleo e o orvalho, entende que ambos têm o mesmo sentido, pois
vem do alto, do céu. Para que os Irmãos
possam compreender a profundidade do trabalho do Irmão Paiva, vou transcrever
algumas frases:
“Cair
(óleo
e orvalho) se entende, como se não
houvesse obstáculo, pois a amizade, a fraternidade deve imperar entre todos, sem
reservas, barreiras ou sofismas”
“Dentro
de uma análise mais poética, poderíamos pensar que as amizades são como óleo
perfumado também no sentido de que não é necessária a presença física, visível
para sentirmos seus efeitos: amigos verdadeiros amam mesmo a
distância”.
“O
salmista, ao se referir à unção de Aarão como comparativo da fraternidade, está
colocando a amizade como “coisa sagrada”, que, portanto, não deve ser profanada.
Existe, pois, um caráter sacerdotal em toda amizade: deve ser meio para
conduzir-nos a Deus.”
Se
a Maçonaria fosse usar um Salmo Sacerdotal, o Irmão Quirino pensa que bastaria
apenas o primeiro versículo do primeiro salmo: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo
o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores.”