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sexta-feira, 30 de março de 2012

Cagliostro e o seu Rito...



José Bálsamo, o célebre Conde de Cagliostro (1743-1795), aventureiro italiano, foi uma figura muito conhecida na corte do rei Luís XVI da França. Sua fama foi tal que o romancista francês Alexandre Dumas (pai) deu-se ao trabalho de relatar suas façanhas na obra Memórias de um médico. Deixar de falar dele, pois, ainda que decorridos séculos de sua morte ― se é que não se regenerou! ― seria uma imperdoável omissão.
Muitos o conhecem até os dias de hoje, especialmente pelo rito egípcio que criou para sua própria maçonaria, além de também haver fabricado ouro, fazendo de trouxa ninguém menos que o próprio Cardeal de Rohan.
O Grande Copta, ― como era conhecido, ― acabou preso, o que deu origem a um dos mais famosos processos da história judiciária. A acusação que lhe foi feita era de pertencer à maçonaria, onde foi recebido como Conde Alessandro de Cagliostro, em sessão que teve lugar na estalagem King's Head em 12 de abril de 1777. Esse fato é histórico. Caliostro, porém, queria ser chefe, e não tinha vocação para permanecer como simples "irmão". Deveria fundar uma Loja apenas sua, uma maçonaria própria que lhe fosse peculiar: a maçonaria egípcia que, aliás, existe até hoje. Fundou-a efetivamente, e isto ele reconheceu perante seus juízes. Esta passagem reproduz o interrogatório a que respondeu no processo, quando indagado se criara de fato a tal maçonaria egípcia da qual se fez o grande mestre:
— Estava escrito, — disse ele.
— Por quem? — perguntaram-lhe seus juízes muito naturalmente.
— Pelo Grande Copta, — respondeu Cagliostro, acrescentando que recebera a iniciação durante uma visita que fizera ao Oriente.
— E quem é o grande copta?
— É o mestre dos mestres, o chefe espiritual, — responde.
— De onde veio ele?
— Regressando de século em século, é o profeta Elias.
Bem, a realidade não era tão misteriosa. Cagliostro encontrara sua maçonaria egípcia junto ao estabelecimento de um modesto livreiro de Londres, num livro cujo autor era George Copston. Seja como for, foi uma maçonaria que prosperou, conseguindo reunir adeptos e adeptas, todos à procura da "regeneração espiritual":
— Que coisas promete aos seus fiéis a maçonaria epipciana?
—A regeneração espiritual, — responde o réu interrogado a 28 de maio de 1790.
O acusado não explica exatamente o que vem a ser essa regeneração, mas testemunhas ouvidas durante a instrução o fazem. Tratava-se de conferir aos fiéis a "espiritualidade de 5557 anos", perspectiva sedutora que, todavia, implicava em alguns ligeiros incômodos. Vale a pena conhecer a fórmula, muito embora eu não aconselhe ninguém a experimentá-la.
Em primeiro lugar, o aspirante deveria submeter-se a 40 dias de jejum, a cada 50 anos, mais precisamente durante a lua cheia do mês de maio. Como alimento, apenas ervas refrescantes e laxativas (!), bebendo apenas água destilada ou da chuva. É verdade que, às vezes, o aspirante podia ingerir um biscoito ou um pedaço de casca de pão. No décimo sétimo dia, o infeliz era submetido a uma sangria e, a contar daí, até o trigésimo segundo dia, tomaria "seis gotas brancas" — de natureza até hoje misteriosa, — antes de levantar ou deitar. Outra sangria então. Depois, deveria engolir um grão misterioso que seria "o primeiro grão de matéria prima, aquele mesmo que fora criado por Deus para tornar o homem imortal, e cujo conhecimento desaparecera em conseqüência do pecado original".
Após um período de torpor que durava horas, — coisa que não é de se estranhar, — havia episódios de convulsões, suores abundantes e evacuações não menos abundantes. Poderia tomar um caldo e, então, chegar finalmente ao 40º dia... regenerado, ou morto, não é?
Não se sabe quantos obtiveram assim a tal da regeneração alquímica. O ritual descrito, entretanto, não é um original do Conde de Cagliostro, pois Svedenborg e Saint-Germain já o recomendavam antes de nosso Copta.
O estranho universo dos Mestres nos traz de tudo e, sendo o passado apenas memória, o resgate dessas figuras nos pede muita imaginação para ouvir suas histórias, que podem ser trágicas como a de Gille de Rays, hilariantes como a de César, o vigarista, intrigantes como a de Flamel, Paracelso, e muitos outros cujo nome nem sempre nos ficou.
São histórias que deveriam começar sempre com era uma vez, porque, para ouvi-las e para contá-las, é preciso uma disposição especial, e, sem dúvida, algum senso de humor, uma pitada de paixão, muita curiosidade e, ― por que não? ― a singela alegria de quem descobre como um mundo tão trágico pode ser divertido às vezes.

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