Afinal o que você faz em sua Loja, por você?
A reposta não pode ser dos “Templos e Masmorras”, pois é o que se
faz em vossa Loja.
O grande mal que mina os trabalhos maçônicos é o superego dos
maçons. Segundo a Teoria Psicanalítica, Superego “é uma das três instâncias dinâmicas do aparelho psíquico”.
O problema apresenta-se na subdivisão do superego:
- EGO IDEAL : é a parte que dita o bem a ser procurado;
- CONSCIÊNCIA MORAL: é a parte que determina o mal a ser evitado.
Na incompreensão do valor do Telhamento, nasce o Maçom Salomé, que
inflamado seu superego cria o EGO MORAL, onde supostamente fará o bem usando
artifícios do mal.
Como isto é possível?
Simples, é quando um Obreiro vê alguma coisa caminhando para o
erro, permite que aconteça para mais adiante promover o acerto e assim estufar
o peito e dizer:
- EU
corrigi! Ou Eu
vou dar uma lição! Eu
... Eu..... Eu.......
Quantas vezes presenciamos secretários que se equivocam nas
redações, oradores que interpretam mal as leis, veneráveis que se perdem na
direção dos trabalhos, oficiais que praticam uma ritualística incompleta, mas
que no fundo não são danosos.
Basta um pequeno “à parte” (dentro ou fora do Templo) para que o
Irmão receba a devida instrução é não mais cometa o erro.
Mas o Irmão Salomé quer abrir um processo, invalidar eleições,
impugnar chapas, destituir Oficiais, punir Dignidades, promover uma Santa
Inquisição pela moral e pela razão em prol dos bons andamentos dos trabalhos.
Não passa na cabeça dele o pensamento: - Será mesmo necessário?
Na vida tudo é tão passageiro. Consegue avaliar o prejuízo maior
que provocará na Loja, dividindo-a em opiniões?
A história de Salomé é descrita em Mateus (14, 1-11) e Marcos
(6,17-28), dançou, encantou Herodes Antipas e pediu a cabeça de João Batista.
Salomé conseguiu o que queria, entrou para a história negativamente
e o governo de Herodes teve uma derrocada. Será que valeu a pena?
Em nossa vida maçônica precisamos compreender a transitoriedade dos
homens e efemeridade das dificuldades e pensar:
- Quero viver com razão ou viver bem ?
Antes de pedir a cabeça de alguém, tumultuar os trabalhos, dividir
a Loja, pense o quanto pode ser pernicioso este ato, mesmo que tenha razão e
que seja a procura do bem.
Razão é a capacidade da mente humana que permite chegar a
conclusões a partir de suposições ou premissas. O bem é tudo que condiz com a
moral ou a harmonia; tudo que é bom.
E então?
VIVER COM RAZÃO OU VIVER BEM?
LABORAR COM A RAZÃO OU LABORAR BEM?
SER UM OBREIRO RAZOÁVEL OU UM OBREIRO DO BEM?
LABORAR COM A RAZÃO OU LABORAR BEM?
SER UM OBREIRO RAZOÁVEL OU UM OBREIRO DO BEM?
Se nada disto bastar, cubra-se com a necessidade que precisamos vencer nossas paixões, submeter nossa
vontade e fazer novos progressos na Maçonaria, estreitar os Laços de Fraternidade que nos unem
como verdadeiros Irmãos!
As Lojas precisam de Irmãos
Salomão e não de Irmãos Salomé.
Não podemos compreender o escrutínio
como uma simples votação. Entendamos:; voto é a forma de exercer o
direito ao sufrágio. Sufrágio é o direito de votar e ser votado. Escrutínio
é a forma como se pratica o voto.
Pelos dicionários, aprendemos que
escrutínio é o “Ato de abrir a urna numa votação secreta, e de recolher e
contar os votos que nela entraram em favor de cada candidato ou lista”.
Mas para compreendermos o sentido
maçônico precisamos desejar ir mais além.
O bom e jamais morto latim tem sempre um
esclarecimento maior:
• SCRUTINIUM, “procura,
inquisição”,
• SCRUTARI,
“examinar, procurar”.
Devemos ter a consciência que a
“liturgia” das esferas brancas/pretas faz parte apenas da ritualística da
sessão.
Sejamos sinceros, aquele momento não é o
melhor para excluir ou confirmar um novo Irmão.
Vejamos: O candidato foi apresentado por
um IRMÃO M.’.M.’., partimos da premissa que ele quer trazer alguém com seus
valores para nossa família.
Se o candidato não possuiu nosso perfil,
muito menos terá o proponente. Aí é preciso uma conversar séria com o IRMÃO
M.’.M.’.
Em bons termos, o candidato já deve ter
passado por seu primeiro sindicante, que é o Padrinho. QUE DEVE SE
RESPONSABILIZAR PELO AFILHADO.
Após a leitura da proposta, os Irmãos
devem se manifestar quanto a qualquer dúvida que possa surgir. SEM NENHUMA
RESERVA.
Observem que somente com a aprovação da
Assembléia, o processo continuará.
É neste momento que devemos pensar nas
“esferinhas”.
A responsabilidade de quem entra em
nossa família é de cada Obreiro e temos que compreender escrutínio como
sinônimo de: vasculhar, procurar com cuidado, examinar minuciosamente,
explorar, pesquisar, examinar cuidadosamente, sondar, investigar ou fiscalizar.
Mas alguém pode dizer: - É para isto que
temos os sindicantes!
Então eu pergunto:
- Você deixa a educação de seus filhos
apenas por conta dos professores?
- Você deixa a saúde de seus entes
queridos apenas por conta dos médicos?
- Você deixa a segurança de sua família
apenas por conta da polícia?
Os sindicantes têm a missão de fazer as
investigações, mas todos têm a obrigação de colaborar com o processo de
admissão.
Atenção aos editais enviados pelas
outras Oficinas, o clube que ele freqüenta, sua profissão, seu endereço. Às
vezes alguns Irmãos têm acesso a informações que o sindicante não tem.
Após a leitura das sindicâncias, os
Irmãos são chamados a manifestação, é o momento de esclarecer qualquer dúvida,
inclusive propor novas sindicâncias.
A função deliberativa final das esferas,
pode causar grandes transtornos se o processo for mal conduzido.
Somente depois de tudo esclarecido,
passemos para a votação, se houver pendências, guardemos as esferas.
NÃO TENHAMOS PRESSA EM VOTAR, TENHAMOS
ATENÇÃO EM ...
Há uma curiosidade muito interessante
Até o Século XII a Igreja Católica
Romana tinha uma ritualística diferente quanto ao batismo. Havia as datas
certas no seu calendário litúrgico, o interessante é que os candidatos (adultos
em sua plena maioria) passavam por um escrutínio.
Eles tinham que provar sua idoneidade,
conhecimento das orações e credos. A sabatina e até processos de exorcismo
poderia dura de 03 a 07 dias para ser declarado limpo e puro.
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