Por Quirino
Para que os Irmãos possam compreender integralmente este artigo, devem ler primeiro, o excelente texto do Irmão José Maurício Guimarães que segue em anexo e tem o mesmo título. Não concordo com sua opinião, respeito e dentro da linha de raciocínio apresentada, está até correta. A intenção é apresentar outra visão e motivar os Irmãos a intercambiarem sobre o tema EM LOJA. Aquela frase: “Como Aprendiz não sei ler nem escrever... só pode ser usada no Telhamento. Caso contrario, se tratando da realidade brasileira, estaremos contribuindo para a formação do pior dos analfabetos, que segundo Bertolt Brecht é o analfabeto político, aquele “imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” É verdade que alguns deles (político vigarista) já freqüentaram nossas Lojas e pregaram idéias que eles mesmos não cumprem, ou que por conta de sua conduta foram se assentar no banco dos réus. Excelente, afinal cumpriram a missão exemplar do que o Maçom não pode fazer. A história que os Maçons não podem discutir política em Loja, esta calçada na Constituição de Anderson, publicada há quase 290 anos. Sem dúvida é um grande e importante trabalho para a Maçonaria, mas devemos ter o discernimento que nela não há o principio da imutabilidade. Por conta disso, vou reclamar com o Pastor Presbiteriano James Anderson. A mais famosa de todas as Constituições, (Constituição Americana) com mais de 225 anos, já recebeu 27 emendas que adequaram o documento histórico à realidade. O Brasil já teve 8 Constituições (?) cada qual com adequações do texto à atualidade e necessidade do povo (voto feminino, por exemplo). A Constituição de 1824 outorgada pelo nosso Irmão Dom Pedro I, é um documento histórico muito rico, que deve ser estudado, mas não factível de ser seguido atualmente. Nosso chamado “Livro da Lei” é tratado também como uma “Constituição” por vários segmentos da sociedade, porém é preciso entender o contexto da época em relação a algumas passagens, por exemplo, em Deuteronômio, capítulo 14, versículo 8, temos: “Não comereis o porco, porque tem unha fendida, mas não remói; imundo vos será. Não comereis da carne destes, e não tocareis no seu cadáver”. Há mais de dois mil anos, naquela região, os porcos eram criados soltos e comiam o que encontravam pelo chão, inclusive fezes de outros animais. Os níveis de parasitas em sua carne era altíssimo, e para quem não sabe os ovos de solitária quando migram para cabeça do homem, geram estado de demência e nesta época havia pouca diferença entre “estar doido” e “estar com o capeta”. E então? Os dirigentes católicos para serem cristãos justos e perfeitos (fundamentados na legalidade, explicitada na Bíblia) devem se submeter as leis ali descritas em sua totalidade, cegamente? Será que os padres, bispos, cardeais e o Papa não comem carne de porco?
Política
maçônica é a manifestação da aspiração de se fazer o bem, junto à sociedade,
seja no nível de organização, direção ou administração das Lojas e Potências.
Vivemos em um regime democrático e na atividade política, os Obreiros devem se
ocupar dos assuntos públicos com seu voto e com sua militância. Perdoe-me Irmão
James Anderson, mas discordo de você. O mundo é outro e os Irmãos não só
esperam, mas exigem a ação dos nossos dirigentes no mundo político. É da
natureza do homem se interagir com o ambiente, Maçons como cidadãos conscientes
interagem com a sociedade.
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