Com
algumas palavras podemos fazer associações claras, diretas e certeiras,
como por exemplo, ao lermos a palavra sapataria, automaticamente
associamos a sapatos, mas nem sempre é assim. A frase: - Vou plantar uma
bananeira, nos remete a duas imagens; ficar na vertical apoiado pelas
mãos ou fincar um pé de banana no chão. Algumas palavras são
“enganadoras”, ao lermos cartonagem, provavelmente pensaremos em uma
fábrica de cartões. Mas não é, quem trabalha com cartonagem, produz
caixas ou desenvolve a decoração de caixas com materiais diversos. Na
mesma linha simplista que associamos CARTonagem com CARTão, também fazemos com JUSTa e JUSTiça. Há duas versões para explicarmos porque usamos a expressão “Justa e Perfeito”. A
primeira vem da expressão latina “Justus set perfectuam actus”
que era à base dos contratos entre os Maçons Operativos e as Autoridades
Eclesiásticas. O pagamento será justo se a obra estiver perfeita. Ao
final do labor tudo J e P! Porém há sempre algo mais na Maçonaria. Justa
era um esporte na Idade Média, disputado por dois cavaleiros, que
montados se lançavam um contra o outro com a intenção de derrubá-lo do
cavalo. Todos já vimos filmes de cavaleiros com pesadas armaduras,
portando longas lanças em torneios medievais. A palavra justa ultrapassa
o significado do simples substantivo feminino que designa o duelo entre
dois cavaleiros armados de lança. Justa tem por sinônimos, lutar,
pugna, combater e até aglutinar com algum propósito maior. A melhor
explicação que tenho sobre uma “LOJA JUSTA”, aprendi com o respeitável
Irmão Boanerges Barbosa de Castro que de 1957 a 1959 e de 1978 a 1980
foi Venerável Mestre da
Poderosa Loja Maçônica Benso di Cavour (fundada em 16 de julho de
1902). Um de seus livros, intitulado “Diálogos Maçônicos”, traz na
página 42 parte do diálogo de Irmãos durante um almoço, leiam com que
brilhantismo o Irmão Boanerges nos instrui e nos alerta para que
estejamos atentos para travarmos o bom combate:
....
- Mas, você não disse o que é uma Loja completa!
-
Mas vou dizê-lo, ouça lá: Uma Loja completa é aquela que se constitui
de todos os elementos para sua caracterização como tal. Estes elementos
são de ordem humana e trabalhando dentro de algumas especificações que
implicam no aparecimento de certos utensílios. É a Loja que normalmente
conhecemos. Nela encontra-se o elemento humano responsável por sua
administração e mais, o Livro da Lei, o que lhe dá a classificação de
loja justa e perfeita. A existência de sua Carta Constitucional dá-lhe a
condição de “Loja Regular, Justa e Perfeita”
- Você é extraordinário, Irmão!
-
Espere um instante só, não se levante, vou terminar informando-lhe a
expressão “Loja Justa” aqui empregada, nada tem a ver com a Justiça.
- Ôpa! Então o que é?
-
Você já deve ter lido nos compêndios de História ou pelo menos visto no
cinema que, antigamente um dos grandes divertimentos que se punha a
disposição do povo era a simulação de combates, principalmente a cavalo,
quando dois ou mais cavaleiros, revestidos de suas armaduras de guerra e
portando compridas lanças ou pesadas espadas, montados em animais
ricamente ajaezados, disputavam na liça as glórias da vitória para
oferecê-la àquela que era dona de seus sonhos. Era uma diversão da
antiga Ordem de Cavalaria. Pois bem, tais pugnas tinham o nome de
“Justas”, no sentido de aguerrida, combativa etc. Assim, quando a Maçonaria se diz uma “Maçonaria Justa” ela está
proclamando que ela está sempre pronta, de lança em riste, para defender seus interesses e os interesses de seus associados”. (grifo meu)
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