Vedanta é a tradição espiritual explicada nos Upanishads e que lida com os aspectos da auto-realização, onde procuramos entender a natureza da Realidade Última, chamada Brahman.
A tradução da palavra Vedanta é “o final de todo conhecimento”. No entanto, uma tradução mais profunda pode ser feita, tornando a palavra “conhecimento interior” (ou do Ser).
A tradição da Vedanta é baseada em leis espirituais imutáveis, comuns a todas as religiões ou tradições espirituais e tem como objetivo a conquista da Consciência Cósmica. É portanto, uma filosofia de cunho Universal ou universalista.
De forma mais didática podemos dizer que a palavra Vedanta é composta por duas outras, a saber:
veda = “conhecimento” + anta = “fim, conclusão”: “o ponto culminante do conhecimento”
veda = “conhecimento” + anta = “essência”, “núcleo”, ou ainda “interior”: “a essência dos Vedas” ou “ o conhecimento interior (esotérico)”.
A Vedanta também é conhecida como Uttara Mimamsa, ou a “última” ou “investigação elevada”.
Há também a filosofia conhecida como Pūrva Mimamsa, geralmente chamada apenas de Mimamsa e que lida com explicações de sacrifícios e uso dos mantras na parte conhecida como Samhita dos Vedas e dos Brahmanas. Já a Vedanta lida com os ensinamentos esotéricos dos Aranyakas (“escritos da floresta”) e dos Upanishads, compostos aproximadamente entre 9 A.C. e 8 D.C.
A filosofia Vedanta foi formalizada por volta do 200 A.C. com o surgimento do tratado “Vedanta Sutra”, composto pelo grande Sábio Vyasa, também conhecido como Badarayana.
O texto é conhecido por vários outros nomes como “Brahma Sutra”, “Vyasa Sutra”, “Badarayana Sutra” e “Vedanta Darshana”.
Por causa de sua linguagem esotérica, várias interpretações diferentes surgiram com relação ao texto, dando origem a várias sub-escolas de pensamento, cada uma clamando por ser a interpretação correta do texto original. No entanto, todas as sub-escolas concordam em pontos comuns como, por exemplo, o abandono dos rituais secos em favor da prática da meditação, fundamentada no dharma e em um sentimento amoroso, que traz ao praticante a certeza da bem-aventurança vindoura no final do processo discriminativo.
Todas as sub-escolas derivam seus conhecimentos primariamente dos Upanishads.
O foco principal da filosofia contida nos Upanishads, de que a Realidade Última, chamada Brahman, é absoluta, imutável e sempre a mesma, é o núcleo da Vedanta.
Com o passar do tempo, muitos sábios interpretaram a sua maneira os Upanishads e o Vedanta Sutra, escrito pelo sábio Vyasa.
É importante salientar que essas interpretações eram pertinentes ao tempo e contexto em que os sábios viviam.
Dessas interpretações, podemos ressaltar seis como sendo as mais importantes e dessas seis, três como sendo as mais proeminetes: Advaita Vedanta, Vishishtadvaita and Dvaita.
Podemos dizer que a filosofia possui oito subescolas:
Advaita Vedanta
Vishishtadvaita
Dvaita
Dvaitādvaita
Shuddhadvaita
Achintya Bhedābheda
Purnadvaita ou Advaita Integral
Vedanta Moderna

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